segunda-feira, 27 de agosto de 2007

Comunicado

Aos vários leitores deste espaço.

As próximas 7 ou 8 postagens correspondem a um único conto.
É interessante que o leitor preste muita atenção na cronologia do texto, já que ele não segue uma ordem de acontecimentos exata.
Logo, logo postarei o primeiro trecho da história.
Espero que compreendam e gostem da história e do sentido que tento dar a ela.

Obrigado,

Martin Zewlakov.

sexta-feira, 25 de maio de 2007

Amor ao Futebol

25 minutos e poucos segundos. Segundo Tempo. Walter recebe a bola no meio do campo. Assim que a recebe, levanta a cabeça e olha ao redor procurando um companheiro bem colocado para fazer o passe. Como pensado. O passe sai perfeito e Romeu marca o gol que levaria o time à vitória. Eram mais três pontos na classificação geral do campeonato. A equipe estava em segundo lugar. Eram um verdadeiro time, reais companheiros.
Todos estavam felizes com a posição na tabela e com o futebol que vinham apresentando nos últimos jogos. A torcida estava eufórica com a equipe, as coisas nem sempre foram tão boas assim. Um ano antes a equipe não conseguiu sequer sair do meio tabela, ficando com a simplória 11ª. posição. Mas nessa temporada o time veio reforçado. Novos jogadores foram contratados e as coisas começaram a dar certo. Podiam até ser campeões.
O mais feliz de todos era Walter. Ótimo meio-campo, com várias passagens na seleção nacional, porém completaria neste ano 35 anos. Muitos já pediam sua aposentadoria antes da corrente temporada. Mas ele não queria largar o futebol. Era o jogador mais brilhante da equipe. Inteligente e objetivo, sempre atento, era o líder em assistências da temporada. A torcida, que não o suportava nas épocas difíceis do clube, agora o amava. E ele também adorava estar ali, treinando, jogando, torcendo, sacrificando-se, fazendo o possível pelo seu time e o possível para continuar jogando futebol.
Tinha tudo que o futebol moderno proporciona a um bom jogador. Carros importados, fama, muito dinheiro, era uma celebridade, um artista. Todos queriam tirar uma foto sua, queriam um autógrafo. Mas para ele o que realmente interessava era a bola. Não a bola num sentido metonímico de futebol, grama, chute, passe, cruzamento ou um esporte, mas, a bola no sentido de que ela é redonda. Ele ficava impressionado com seus movimentos, sua forma, sua beleza. Trabalhava com o maior carinho, jamais chutou forte ao gol. Tinha um jeito clássico, carinhoso, bonito, de fazê-lo. Ele realmente amava a bola e acreditava que depois de tantos anos de convivência ela, de alguma forma, também o amava. Ele não conseguia imaginar sua vida sem ela.
Muitos jogadores não conseguem largar o futebol pelo fato de perder todos os benefícios e privilégios que ele pode proporcionar a um atleta. Walter, não. Walter não queria perder sua companheira, sua parceira, aquela que sempre esteve com ele nos momentos bons e ruins. Que comemorava seus gols e que também sofria quando as coisas não davam certo.
Talvez na próxima temporada vão pedir pra que ele pare. Vai estar mais velho ainda. O futebol, nos dias de hoje, é muito exigente com a forma física dos atletas, os mais novos se destacam mais e mais a cada dia que passa. Os requisitos principais são velocidade, força, resistência. Os jogadores inteligentes e cerebrais estão caindo em desuso.
Eu não acredito que Walter vá largar sua companheira. Aposto que mesmo saindo desse mundo intenso do futebol ele vai buscar a intensidade que sempre buscou: estar junto de sua parceira de todas as horas, sua melhor amiga, sua amada, sua vida, sua paixão. Ele vai jogar bola nos campinhos de terra, na praia, no quintal de casa. Onde quer que a bola esteja, ele irá até ela para bater uma peladinha.

quarta-feira, 4 de abril de 2007

Viagem

Aff... faz muito tempo que paro nesse blog pra escrever sobre algo. Na verdade ainda não consigo me lembrar o que me motivava nas primeiras postagens. Loucura! sei lá! vontade de ser algo que venero.
Agora, as coisas mudaram. Não me vejo mais com a necessidade de escrever. Não quero aprovação da parte de ninguém. Mudei de prioridades. O mundo dá voltas. Estranhíssimas. Mas mesmo assim guardam sua principal causa final: deixa você tonto.
Eu estou tonto. Muito tonto.
Sempre me orgulhei de ser pouco orgulhoso. Sempre tive mania de não ter manias. Interessante como as coisas mudam. Agora tenho mania de ser orgulhoso. Que besteira sem tamanho. mas por sorte isso não tem atrapalhado minha convivência nesse mundo odiável e injusto.

Eu vou parar por aqui. Num próximo post eu vou dizer o quanto eu não gosto das pessoas.

Peço perdão àqueles que acreditam que o que está escrito aqui é simples e puro lixo.

terça-feira, 6 de fevereiro de 2007

Do Engenhoso Dom Quixote de La Mancha


"Ó Princesa Dulcinéia, senhora deste cativo coração, muito agravo me fizestes em despedir-me e vedar-me com tão cruel rigor que aparecesse na vossa presença. Apraza-vos, senhora, lembrar-vos que deste coração rendidamente vosso, que tantas mágoas padece por amor de vós."


Miguel de Cervantes Saavedra

sábado, 23 de setembro de 2006

Porque...

Não tento aqui fazer nenhuma divulgação política partidária, só faço menção a uma colocação que achei brilhante. Por parte do candidato à Presidência da República, Cristovam Buarque:

- Os únicos programas de governo que serviram para ricos e para pobres foram na área da saúde, na busca da erradicação de algumas doenças por meio de vacinação. Se o analfabetismo fosse uma doença e afetasse ricos e pobres, provavelmente, medidas seriam tomadas para que fosse erradicado.


*não consta exatamente suas palavras, mas releva a essência de seu pensamento.

sábado, 2 de setembro de 2006

Reunião Escarlate


Numa mesa, num grande banquete, em algum palácio:

Vamos festejar o governo do presidente galera, ele é ótimo.
Vocês lembram da campanha? Foi faraônica, toda a ideologia de igualdade e trabalho está sendo posta em prática. Por exemplo, você, Fidel, você não acha que ele está diminuindo a desigualdade? As pessoas estão ganhando uma esmolinha por mês. O que você queria, uma cesta básica?
Tudo bem, tudo bem, Gramsci, o mensalão isso, o mensalão aquilo, mas o partido precisa se sobrepor para firmar a ideologia na sociedade, certo? Depois isso acaba. É só por enquanto, daqui a pouco você verá, o Brasil será um país de todos.
Não, Trotsky, não vai acontecer o mesmo que aconteceu com Stálin. Certo Joseph?? Não haverá burocracia, ninguém terá mais benefícios que outros. País de Todos, esqueceu?
Marx, ninguém, lhe garanto, ninguém irá enriquecer às custas dos esforços do trabalhador, e não vai acontecer o mesmo que aconteceu na época do fascismo, ele é parte do povo, essa história de lucro de banqueiro é inveja da elite.
Hei! Ernesto, como estão os tentáculos? São polvos do Mar Vermelho, dificílimo de encontrar, comprei justamente pra você.

quinta-feira, 31 de agosto de 2006

Frenesi


Um homem criou, num terreno arenoso, um castelo de areia muito grande. Era enorme, tinha de tudo, várias e várias torres, calabouço, salões, etc. Porém sua impaciência era incontrolável e sempre que olhava o castelo e se dava conta de que não havia mais o que fazer, destruia uma parte dele. Depois de um tempo reconstruía-o para posteriormente destrui-lo de novo. E foi assim por um bom tempo, até que um dia, exausto, enlouqueceu e derrubou todo o castelo. No lugar do castelo, cavou um buraco. Entrou nele e se enterrou.